História do Cruzeiro

Cruzeiro x Atlético-MG: conheça a história do clássico centenário

Há mais de um século, o futebol em Minas Gerais tem uma rivalidade intensa, apaixonada e repleta de emoções: o clássico entre Cruzeiro e Atlético-MG, o clássico centenário.

Neste artigo, vamos explorar os momentos marcantes, as polêmicas e as transformações que moldaram essa rivalidade ao longo de uma história centenária.

O Início de Tudo: 1921 e a Disputa pela Data do Primeiro Confronto do clássico centenário

A história do clássico remonta a 1921, quando o então Palestra Itália (atual Cruzeiro) e o Atlético-MG se enfrentaram pela primeira vez. No entanto, a data exata desse encontro é objeto de disputa entre historiadores dos dois clubes.

Enquanto os cruzeirenses apontam para um amistoso em 17 de abril de 1921, os atleticanos defendem que a rivalidade do clássico centenário teve início cerca de um mês depois, em 15 de maio, durante o campeonato da cidade.

9 a 2: A Maior Goleada da História do clássico centenário e a Busca por Vingança

Um dos capítulos mais emblemáticos desse clássico aconteceu em 27 de novembro de 1927, quando o Atlético-MG aplicou uma impressionante goleada de 9 a 2 sobre o Cruzeiro. Destaque para o jogador atleticano Mario de Castro, que marcou dois gols e foi crucial na vitória.

Essa partida foi uma busca de vingança do Atlético, que ainda tinha fresca na memória uma derrota surpreendente por 5 a 3 em 1925.

A Entrega do Jogo e a Surgimento do Super Clássico

Os anos 1920 também foram testemunhas de uma rivalidade que se intensificava. O Palestra Itália conquistou seu primeiro tricampeonato (1928/29/30), interrompendo a sequência de títulos do Atlético-MG, bicampeão em 1926 e 1927.

Até então, o maior adversário do Galo era o América, que dominava os primeiros estaduais. Rumores sobre a entrega de um jogo pelo Cruzeiro em 1927 para evitar um desempate entre América e Atlético, revelados por Ninão ao jornal ‘O Estado de Minas’, acrescentam uma camada intrigante à história.

Mudanças de Nome e Cores: A Transformação do Palestra Itália em Cruzeiro

Fundado em 1921 como Palestra Itália, o Cruzeiro passou por uma transformação significativa na década de 1940. O contexto da Segunda Guerra Mundial levou o clube a adotar o azul e branco como suas novas cores, abandonando as originais vermelho, verde e branco.

Esse período também marcou a mudança de nome para Cruzeiro Esporte Clube, uma adaptação às leis que proibiam referências a nações inimigas.

Momentos Inusitados e Decisões Polêmicas: Construindo a Narrativa do clássico centenário

O clássico mineiro não é apenas uma batalha no campo, mas também uma arena de momentos inusitados e decisões polêmicas.

Em 1984, o presidente do Atlético-MG, Elias Kalil, construiu um túnel do lado oposto do campo para evitar que o Cruzeiro fosse beneficiado nos clássicos disputados no Mineirão. No entanto, a ideia foi abandonada após o primeiro jogo devido às condições climáticas desfavoráveis.

Gol Retrovisor e Outras Cenas Memoráveis: O Futebol é Feito de Histórias

Dentro da vasta história do clássico entre Cruzeiro e Atlético-MG, alguns momentos inusitados e cenas memoráveis se destacam, contribuindo para a construção da rica narrativa desse embate centenário.

O Gol Retrovisor de Vanderlei – 2007

Na final do Campeonato Mineiro de 2007, o Atlético-MG protagonizou uma atuação histórica ao vencer o Cruzeiro por 4 a 0. No entanto, foi o quarto gol que eternizou o jogo na memória dos torcedores. Aos 46 minutos do segundo tempo, Vanderlei marcou o famoso ‘gol retrovisor’.

Nesse lance, o goleiro Fábio, ainda de costas e lamentando o terceiro gol sofrido, viu a bola balançar as redes. O momento foi uma síntese perfeita da rivalidade, deixando uma imagem icônica que é lembrada e reverenciada até hoje.

A Decisão Polêmica de 1968 – Piazza e o Pênalti

Em 1968, durante um clássico no Mineirão, o Cruzeiro e o Atlético-MG protagonizaram um capítulo polêmico que marcaria a história do confronto. No detalhe, Piazza cobrou um pênalti que resultou no terceiro gol do Cruzeiro, encerrando a partida em um empate emocionante de 3 a 3.

A decisão do árbitro gerou controvérsias e debates acalorados entre torcedores dos dois lados, contribuindo para a construção da rivalidade que persiste até os dias de hoje.

A Estratégia Curiosa de Elias Kalil – 1984

Em 1984, o presidente do Atlético-MG, Elias Kalil, introduziu uma estratégia inusitada para tentar neutralizar qualquer possível vantagem do Cruzeiro nos clássicos realizados no Mineirão.

Kalil decidiu construir um túnel do lado oposto do campo, alegando que o banco de reservas do Cruzeiro, localizado à direita, proporcionava benefícios à equipe celeste. No entanto, a iniciativa foi abandonada após o primeiro jogo devido às condições climáticas adversas na área do ‘novo banco’.

A Batalha de 1927 – 9 a 2: Mario de Castro em Destaque no clássico centenário

Em 27 de novembro de 1927, o clássico entre Cruzeiro e Atlético-MG ficou marcado como a maior goleada da história do confronto: 9 a 2 para o Galo.

Nessa partida, o jogador atleticano Mario de Castro teve uma atuação brilhante, contribuindo com dois gols. Essa partida não apenas consolidou a supremacia do Atlético naquele momento, mas também serviu como uma resposta ao revés sofrido em 1925.

Essas cenas memoráveis não apenas acrescentam camadas à rivalidade, mas também evidenciam a imprevisibilidade e a emoção que permeiam o clássico entre Cruzeiro e Atlético-MG.

São instantes que transcendem o campo de jogo, incorporando-se ao folclore do futebol brasileiro e alimentando a paixão dos torcedores por gerações.

Cada gol, cada decisão controversa e cada estratégia inusitada contribui para a construção dessa história centenária, fazendo do clássico mineiro um espetáculo único e inesquecível.

O Presente e o Futuro: O Clássico Centenário Continua

Ao longo de mais de 100 anos, o clássico entre Cruzeiro e Atlético-MG transcendeu gerações, consolidando-se como um dos confrontos mais emocionantes e esperados do futebol brasileiro.

Enquanto os clubes continuam a escrever novos capítulos, os torcedores mantêm viva a chama da rivalidade. Em cada partida, em cada gol e em cada polêmica, o clássico centenário entre Cruzeiro e Atlético-MG continua a ser um espetáculo único.

Que venham mais 100 anos de história, rivalidade e emoções intensas no coração de Minas Gerais.

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